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Neste mercado, o cliente paga quanto quiser — se quiser

Vale tudo no 1º mercado do Reino Unido contra o desperdício de alimentos. Quem não tem grana ou não quer gastar, pode doar seu tempo, energia e habilidades

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	Tudo contra o desperdício: mercado "pague quanto vale" é voltado ao público geral, sem distinção de renda.
 (Adam Smith / Project Real Food Junk)

Tudo contra o desperdício: mercado "pague quanto vale" é voltado ao público geral, sem distinção de renda. (Adam Smith / Project Real Food Junk)

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Vanessa Barbosa

Publicado em 27 de setembro de 2016 às, 20h14.

São Paulo - O Reino Unido inaugurou recentemente o primeiro mercado do país onde o cliente paga quanto quiser e como quiser. Achou inusitado? Pois essa é a intenção. Lá, vale tudo contra o desperdício.

Localizado em Pudsay, perto da cidade de Leeds, o estabelecimento só comercializa alimentos que seriam descartados por estarem perto da data de validade ou por terem pequenos defeitos, como uma embalagem amassada e formatos incomuns, no caso dos vegetais, que fogem ao padrão estético comercial e são rejeitados pelos mercados convencionais.

Mas que absurdo comer alimento fora da validade! você deve estar pensando. Calma. A proposta tem fundamento. Um número crescente de estudos científicos na Europa e nos EUA tem mostrado que a indicação da data de validade confunde o consumidor e induz ao desperdício de uma variedade de alimentos que ainda são perfeitamente comestíveis, ainda que "vencidos".

No supermercado britânico (que ainda não tem um nome oficial) é possível encontrar de tudo — pães, massas, sucos, molhos de tomate, frutas, legumes e até mesmo guloseimas, tudo absolutamente seguro para consumo, garantem seus criadores, um grupo de ativistas do Projeto Real Junk Food.

Essa galera não inventou o projeto do nada. Eles estão à frente de uma série de cafés "pague quanto vale" espalhados pelo Reino Unido, que também fazem parte do esforço contra o desperdício de alimentos.

Tanto no mercado quanto nos cafés, o cliente paga o que quiser (e puder) e na forma que desejar. Se não tiver dinheiro, vale compensar com "tempo, energia e habilidades".

Por se tratar de uma investida social e voluntária, os projetos sempre precisam de ajuda e "mão de obra" para transportar os alimentos, fazer pesagem e classificação, arrumar as prateleiras, participar da limpeza, entre outras atividades.

O projeto é voltado ao público geral, sem distinção de renda, mas sem dúvida vai ajudar, em muito, os consumidores de baixa-renda e aqueles que estão com o orçamento apertado. As doações de alimentos vêm de todas as partes: pequenos comércios, bancos de alimento, agências de eventos gastronômicos e até de gente comum que simplesmente quer fazer alguma contribuição. 


Quanto à legalidade do projeto, a página do grupo afirma: "Estamos desafiando as zonas cinzentas dentro de leis e regulamentos para que o bom senso prevaleça quando se trata de alimentos. Nós disponibilizamos alimentos perto da data de validade, mas nós não vendemos este produto."

O supermercado britânico não é o único na Europa a lutar contra o desperdício de alimento. Na Dinamarca, o WeFood, inaugurado em março deste ano, causou comoção ao anunciar a venda de alimentos perto da data de vencimento por até metade do preço.

Outra investida que chama atenção é aplicativo Too Good To Go, que conecta pessoas que querem comer "bem e barato" a restaurantes, padarias e lanchonetes que querem evitar o desperdício diário de alimentos.

Globalmente, mais de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos (quase um terço da produção global) são desperdiçadas ou estragam por ano, ao passo que cerca de 795 milhões de pessoas ainda não têm acesso regular a alimentos saudáveis. Todas as formas de reduzir esse desperdício são muito bem-vindas. 

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