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Warren Buffett vende US$ 38,9 bilhões em ações da Apple; saiba o motivo

A fatia de Buffett na empresa passou de US$ 174,3 bilhões, em dezembro, para US$ 135,4 bilhões em março, saindo de 905 milhões de ações para 790 milhões

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 4 de maio de 2024 às 12h01.

Última atualização em 4 de maio de 2024 às 16h28.

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Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, vendeu US$ 38,9 bilhões em ações da Apple no primeiro trimestre de 2024 e reduziu em 13% a sua participação na gigante de tecnologia. Os dados constam no balanço divulgado pelo conglomerado neste sábado.

A fatia de Buffett na empresa passou de US$ 174,3 bilhões, em dezembro, para US$ 135,4 bilhões em março, saindo de 905 milhões de ações para 790 milhões. Apesar da redução, a Apple ainda é, de longe, a maior participação da Berkshire no fim do trimestre. 

Este é o segundo trimestre consecutivo que Buffett reduz a participação na fabricante do iPhone. No quatro trimestre de 2023, a holding vendeu 10 milhões de ações da Apple (apenas 1% de sua enorme participação). 

A mudança de postura do investidor é uma surpresa para muitos, porque a Apple tem sido a ação favorita de Buffett durante anos. Ele até chamou o gigante da tecnologia de seu segundo negócio mais importante, depois do grupo de seguradoras da Berkshire. No auge, a Apple chegou a representar 50% dos ativos do investidor. Além do mais, da última vez que Buffett reduziu esta aposta, admitiu que “provavelmente foi um erro”.

Buffett revela por que vendeu as ações da Apple

Questionado na conferência anual de acionistas da Berkshire Hathaway sobre o motivo da redução da participação na Apple, o megainvestidor sugeriu que a venda ocorreu por questões fiscais após "ganhos consideráveis" nos últimos anos. Buffett disse acreditar que os impostos devem subir nos próximos anos para financiar o crescente déficit fiscal dos Estados Unidos. 

O Oráculo de Omaha disse ainda que é “extremamente provável” que a Apple continue a ser a maior participação em seu conglomerado, apesar da recente desaceleração nas vendas. Ele afirmou que a Berkshire vai continuar a ter participações na Apple, American Express e Coca-Cola quando ele não estiver mais no comando da holding de investimentos. 

Berkshire vê lucro crescer 39%

No balanço divulgado neste sábado, além da diminuição da participação na Apple, a Berkshire informou lucro operacional de US$ 11,22 bilhões, alta de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou US$ 8,07 bilhões.

O caixa da empresa atingiu um recorde de US$ 188,99 bilhões, acima dos US$ 167,6 bilhões do quarto trimestre.

Alta das ações da Apple após balanço

As ações da gigante da tecnologia dispararam na última semana após a empresa anunciar um programa ampliado de recompra de ações com valores históricos.

A Apple anunciou que seu conselho autorizou US$ 110 bilhões em recompras de ações, um aumento de 22% em relação aos US$ 90 bilhões do ano passado. Foi a maior recompra da história, à frente das recompras anteriores da própria empresa, segundo dados da Birinyi Associates.

No entanto, as vendas gerais da companhia caíram 4% e as vendas do iPhone caíram 10% durante o trimestre se compararmos o mesmo período de 2023, segundo a CNBC. No ano, as ações da empresa caem mais de 4% em meio a preocupações dos investidores sobre como a Apple vai conseguir crescer novamente.

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