ESG

Startup desenvolve solução feita com resíduos para captar CO2 da mineração

Empresa fez parceria com a ISI Biomassa e a Anglo American e está em fase de customização da tecnologia de descarbonização para a cadeia industrial de mineração

Protótipo: tecnologia vai permitir capturar o CO2 diretamente das tubulações e chaminés industriais das empresas do setor de mineração (Getty Images)

Protótipo: tecnologia vai permitir capturar o CO2 diretamente das tubulações e chaminés industriais das empresas do setor de mineração (Getty Images)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 10 de abril de 2024 às 07h30.

Parceira do Instituto SENAI de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa) e da Anglo American para o desenvolvimento do protótipo da sua tecnologia, a startup DeCARB está em fase de customização da sua tecnologia de descarbonização para a cadeia industrial de mineração em parceria com a multinacional.

Especializada em tecnologia ambiental, a DeCARB articula a captação R$ 20 milhões. O objetivo é aplicar os recursos no processo de fabricação dos materiais de captura, financiar a produção de três equipamentos (projetados como o início da sua produção em série) e ter capital de giro. A estimativa da startup é que sejam capturadas 166 mil toneladas de CO2 anualmente em cada um dos equipamentos instalados quando estiverem funcionando de forma ininterrupta.

Resíduos biológicos

A DeCARB foi fundada em 2022, em Salvador, e é uma spin-off da startup RECICLI. A empresa está em fase de prototipação tecnológica para capturar o CO2 diretamente das tubulações e chaminés industriais Com a tecnologia, segundo a startup, será possível fazer a captura antes de o gás chegar à atmosfera. Um resíduo de origem biológica, reciclado e gerado em grande volume no Brasil, é o principal material empregado dentro do equipamento.

“Além de utilizar um material biodegradável, a sua reutilização evita que sejam emitidos gases de efeito estufa (GEE) que ocorreriam no seu processo de decomposição”, diz Alanna Vieira, COO da DeCARB. Ainda segundo a startup, além de ser sustentável, "a tecnologia se provou altamente efetiva, pois na prova de conceito realizada durante o programa FIEMG Lab 4.0, as taxas de captura do CO2 alcançaram 99%". A empresa, no entanto, não revela qual é o resíduo.

Em outra linha de pesquisa, a startup investiga a viabilidade de um segundo equipamento, com capacidade para fazer a conversão do gás em materiais sólidos. O objetivo é transformar o CO2 em produtos economicamente viáveis e de grande demanda pelo mercado.

"O equipamento promoverá reações químicas para transformar o CO2 em produtos sólidos, o que impedirá a liberação do carbono na atmosfera, fazendo o seu sequestro, ou neutralização”, afirma Flávio Pietrobon, CEO da empresa. Numa outra frente de trabalho, a DeCARB desenvolve projetos de consultoria de análises ambientais, diagnósticos e diretrizes técnicas para as indústrias reduzirem as emissões de GEE.

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