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BBB20 bate recorde de audiência e Globo pode superar perda de novela

Com boa audiência, emissora tem chance de atrair marcas antes reticentes e faturar mais com publicidade

BBB20: programa melhora no Ibope e pode ajudar Globo a faturar mais com publicidade (Globo/Reprodução)

BBB20: programa melhora no Ibope e pode ajudar Globo a faturar mais com publicidade (Globo/Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 23 de março de 2020 às 19h27.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 13h50.

Uma edição com bons participantes (bons “personagens”), sendo muitos deles já famosos (“influenciadores”), trazendo para a tela seu séquito de seguidores de longa data. Adiciona-se a isso a pandemia de coronavírus e o fato de milhões de brasileiros estarem agora todos os dias da semana à noite em casa, a contragosto (boa parcela deles estaria, em outras circunstâncias, no cinema, no bar, na faculdade). Pronto. Está descrita a fórmula para os bons números de audiência que o Big Brother Brasil 20, da TV Globo, vem conquistando neste ano.

Se desde a décima edição do programa a Globo não consegue finalizar a temporada do BBB com uma média no Ibope acima dos 30 pontos, o BBB20 pode ser a chance de a emissora ver resultados mais satisfatórios. No mínimo, crescer e deixar para trás o recorde negativo do BBB19, a edição com a menor audiência da história do programa, com média de 20 pontos.

No último dia 20, por exemplo, quando o concorrente SBT exibia entrevista com Jair Bolsonaro no programa do Ratinho, o BBB batia seu recorde na edição, ficando com média de 30,5 pontos de audiência. O Ratinho teve média de 8,3. Cada ponto equivale e 75 mil televisões ligadas na Grande São Paulo. Quatro dias antes, já havia batido recorde, chegando a 30,3. É a nona semana do programa e a primeira onde a audiência chega aos 30 pontos. A semana anterior, mesmo sem chegar a 30 pontos em nenhum dia, apresentou a melhor média no Ibope desde o início do programa, em janeiro. Ontem (22), o BBB20 teve a formação de paredão mais assistida da edição, com 23,4 pontos no Ibope.

Antes do programa estrear, somente cinco das seis cotas de patrocínio tinham sido preenchidas: Americanas, Burger King, Claro, Faculdades Anhanguera e PicPay. Quase três semanas após a estreia, a Mondelez, com sua marca Lacta, ficou com a sexta vaga. Cada uma pagou o preço de tabela para anunciar nos intervalos do programa e expor sua marca na casa, no dia a dia e em eventos periódicos como festas e provas: R$42,62 milhões. Pela primeira vez, esse valor também deu direito a elas de expor, ao mesmo tempo, na TV aberta e no canal pago Multishow, e tanto na TV quanto nas plataformas digitais (redes sociais e GShow).

Mas as marcas que podem anunciar no programa não ficam limitadas a essas seis. Outras marcas podem comprar espaço para aparecer somente em uma festa ou em uma prova do líder, por exemplo. Above (antitranspirantes) e Novex (cosméticos) já fizeram isso. Assim, com mais audiência, a Globo pode atrair mais marcas interessadas, que não fazem parte do time de seis anunciantes principais, mas podem comprar um único dia ou evento. Se a audiência frustrante (ao menos se comparada com os anos dourados do programa, quando beirava 50 pontos no Ibope) das últimas edições e as polêmicas (houve até casos envolvendo investigações sobre estupro e assédio sexual) fizeram as marcas colocarem o pé no freio na hora de correr para patrocinar o BBB, os bons números da edição 2020 podem causar o efeito oposto e trazer anunciantes atrás do "trem já andando".

O sucesso do programa também passa pelas redes sociais. Comentar o reality show no Twitter não é nenhuma novidade, mas o uso da "segunda tela" tem se intensificado, especialmente nessa edição, com participantes que há anos conversam com seus públicos via redes sociais - casos, por exemplo, de Manu Gavassi, cantora e atriz, e Bianca Andrade, influenciadora do setor de cosméticos beleza e conhecida como "Boca Rosa". No Twitter, já são mais de 43 milhões de menções ao programa, 302% a mais que em 2019.

Os ganhos mais polpudos com o Big Brother vêm em boa hora, já que a Globo busca alternativas para superar as possíveis quedas de faturamento publicitário com suas três novelas noturnas. Com a pandemia em curso, as gravações das novelas foram interrompidas, o que obrigou a emissora a reprisar antigas produções enquanto a situação do País não volta ao normal. Desde o último fim de semana a Globo deixou de transmitir episódios inéditos de “Amor de Mãe” no horário das 21h30 e passou a reprisar uma versão compactada de “Fina Estampa”, de 2011. A situação é semelhante nos outros dois horários de novela. A falta de episódios novos pode levar a uma fuga da audiência no horário pós Jornal Nacional, o que prejudicaria o faturamento publicitário dos segmentos.

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