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Lula admite pela 1ª vez a possibilidade de disputar reeleição em 2026

Em 2022, antes do pleito de outubro, Lula foi enfático ao afirmar que não tentaria outra eleição se vencesse Jair Bolsonaro

Lula: O presidente completou 77 anos em outubro, e terá 81 anos em 2026 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Lula: O presidente completou 77 anos em outubro, e terá 81 anos em 2026 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 06h13.

Exato um mês após assumir a Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta quinta-feira existir possibilidade de concorrer à reeleição em 2026, a depender da “situação do país”. Em 2022, antes do pleito de outubro, Lula afirmou que não tentaria outra eleição se vencesse Jair Bolsonaro – “se eleito, serei presidente de um mandato só”, disse na época.

O presidente considera a hipótese de lançar candidatura em 2026 sob duas condições: saúde e cenário do Brasil. "Se chegar no momento, estiver uma situação delicada e eu estiver com saúde, eu posso [concorrer]", sinalizou Lula em entrevista ao colunista Kennedy Alencar. E brincou: "Mas com saúde perfeita, energia de 40 e tesão de 30."

Em setembro do ano passado, durante ato de campanha em que recebeu o apoio de tucanos, ele anunciou, de forma enfática, que não disputaria um novo mandato. “Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer a reeleição. A natureza é implacável”, enfatizou Lula, de 76 anos, na ocasião.

O presidente completou 77 anos em outubro, e terá 81 anos em 2026. Ele já pensa em nomes alternativos para um futuro pleito, e elencou alguns aliados: Rui Costa, Camilo Santana, Flávio Dino e Renan Filho.

"Temos o Rui Costa (ministro da Casa Civil, do PT), nós temos o Wellington (Dias, ministro do Desenvolvimento Social, do PT), nós temos o Camilo (Santana, ministro da Educação, do PT), nós temos Flávio Dino (ministro da Justiça, do PSB), nós temos o Renanzinho (Renan Filho, ministro dos Transportes, do MDB)", afirmou Lula, durante a entrevista.

No mês passado, Rui Costa já havia afirmado considerar a possibilidade de Lula tentar a reeleição. "Vocês estão partindo de um fato consumado de que o Lula não irá disputar a eleição (...). Eu não parto desse fato consumado", afirmou o ministro, um dos mais fiéis aliados do presidente, em entrevista ao Roda Viva.

Em seguida, ao ser cobrado sobre a promessa de Lula de não voltar a concorrer a um mandato, Costa reafirmou a possibilidade de o petista não deixar o poder em 2026:

"Lula falou de coração considerando a sua trajetória e a volta dele pra consolidar a democracia. Mas, se tudo der certo, faremos um governo exitoso. E se Lula continuar com energia e o tesão de 20 anos, quem sabe ele faça um novo mandato."

Embora não tenha sido citado por Lula ontem, o nome considerado natural no PT para a sucessão é o de Fernando Haddad, que disputou a eleição presidencial de 2018 pelo partido, quando Lula estava preso. Haddad foi escalado para um posto de destaque no governo, o Ministério da Fazenda, que funcionará com o um testo para sua pretensão eleitoral.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, também cotado, foi outro que ficou de fora da lista de Lula. A escalação do ex-tucano para coordenar a equipe de transição do governo provocou incômodo no PT, que teme justamente a projeção de Alckmin.

O mesmo ocorreu em relação à ex-senadora Simone Tebet (MDB-MS), que queria assumir o Ministério do Desenvolvimento Social , responsável pelo Bolsa Família. Por pressão do PT, Tebet acabou nomeada para o Ministério do Planejamento. O Ministério do Desenvolvimento Social, de forte apelo eleitoral, foi ocupado pelo senador eleito Wellington Dias (PT-PI). Tebet disputou a eleição presidencial do ano passado e terminou em terceiro lugar. Seu apoio a Lula no segundo turno foi considerado fundamental para a vitória do petista.

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