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Confiança da população nos três poderes cai, diz Datafolha

A Presidência da República foi a instituição que teve a maior piora: em 2019, tinha a desconfiança de 31% dos entrevistados e, agora, está com 50%

Pesquisa do instituto foi feita entre os dias 13 e 15 deste mês (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Pesquisa do instituto foi feita entre os dias 13 e 15 deste mês (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de setembro de 2021 às 08h42.

Uma pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira, 24, mostra que a confiança do brasileiro caiu em relação a diversas instituições do país. O levantamento foi feito entre os dias 13 e 15 de setembro e mostra que, em relação ao anterior, realizado em julho de 2019, a desconfiança da população acerca de Executivo, Legislativo e Judiciário, além de outros atores institucionais, como o Ministério Público, subiu.

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A Presidência da República foi a instituição que teve a maior piora: em 2019, tinha a desconfiança de 31% dos entrevistados e, agora, está com 50%. O Datafolha ouviu presencialmente, nesta rodada, 3.667 pessoas em 190 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

As Forças Armadas ficaram novamente com o primeiro lugar no ranking da confiança popular, com 76%. A desconfiança, no entanto, aumentou numericamente em relação a dois anos atrás, atingindo a taxa mais alta da série histórica iniciada em 2017. Eram 19% em 2019 e agora são 22%.

O pior resultado entre os dez pesquisados pelo Datafolha ficou com os partidos políticos, que sofrem desconfiança por parte de 61% dos entrevistados. A rejeição às agremiações era de 58% em 2019 e, agora, está em 61%. Já Congresso Nacional é visto como não confiável por 49%.

A imprensa tinha, há dois anos, a desconfiança de 30% e, agora, está com 32%. Dizem confiar na imprensa 66%, divididos em 48% que afirmam confiar "um pouco" e 18% que dizem confiar "muito".

O Ministério Público teve um revés neste novo levantamento: 30% disseram que não confiam na instituição — em 2019 o índice foi de 23%.

O Datafolha perguntou aos entrevistados também sobre as redes sociais. Cinquenta e três por cento disseram que não confiam nelas — na pesquisa anterior, eram 46%. Afirmam que confiam 46%, sendo que 40% disseram "um pouco" e 6%, muito.

No que diz respeito às grandes empresas brasileiras, 29% afirmaram não confiar nelas e 69% disseram que confiam.

Diferenças de opinião

O detalhamento dos dados da pesquisa Datafolha mostra as diferenças de opinião entre diferentes segmentos da população. Jovens de 16 a 24 anos, por exemplo, tendem a confiar mais nos partidos políticos, no Judiciário e no Congresso. Já sobre a imprensa, eles são mais céticos.

As Forças Armadas têm imagem melhor entre homens, pessoas que têm renda familiar acima de cinco salários mínimos e moradores do Centro-Oeste. Já o Judiciário, que no quadro geral tem desconfiança de 31% dos entrevistados, no Nordeste é visto dessa maneira por 34%.

As preferências políticas do entrevistado também fazem com que os resultados da pesquisa variem de maneira expressiva. Entre os eleitores que dizem que votarão em Jair Bolsonaro em 2022, a desconfiança na imprensa passa de 32% para 47% e, em relação às redes sociais, cai de 53% para 46%. Os eleitores bolsonaristas também desconfiam mais do Supremo Tribunal Federal (STF).

Já os entrevistados que dizem que votarão em Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem tendem a ser mais avessos ao Ministério Público. Os que não confiam nos promotores e procuradores entre os eleitores de Lula passam de 30% para 33%. Quem pretende votar no PT em 2022 também tende a apoiar menos as Forças Armadas. A taxa de desconfiança nesse segmento passa de 22% para 32%.

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