Revista Exame

Ensinando o professor

As empresas agora se preparam para alimentar o chatbot com dados mais assertivos para os seus objetivos

Exposição em Toulouse, na França, sobre IA: conceito disseminado (Alain Pitton/NurPhoto/Getty Images)

Exposição em Toulouse, na França, sobre IA: conceito disseminado (Alain Pitton/NurPhoto/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 29 de abril de 2024 às 06h00.

A disseminação do conceito de inteligência artificial generativa gerou entre empresários e empreendedores aquela sensação de Fomo, o sentimento corrosivo de estar perdendo algo muito importante, de apenas ver passar a banda na frente da janela. E com certo exagero. Todo tomador de decisões, neste momento, deveria realmente se perguntar se a sua companhia está usando IA. Mas uma segunda questão, tão importante quanto a premissa, deveria ser: para que isso vai servir?

Agora que o frisson do ChatGPT passou, que IA já virou até exposição de arte e que milhões de pessoas, levadas mais por curiosidade do que por necessidade, já conversaram com o chatbot generativo, chega um novo momento para o mundo corporativo. As empresas agora se preparam de fato para desbravar um mundo que não é exatamente novo, mas cujas possibilidades antes estavam concentradas em grandes corporações que rodavam sem alarde seus algoritmos.

Diferentemente dos modelos de IA generativa que rodavam em segredo dentro das big techs, a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, abriu o modelo ao público e passou a contar com o apoio de quem estivesse interessado em interagir com o chatbot. Deu certo: em poucos dias, uma multidão passou a usar a solução e aprimorou, voluntária e gratuitamente, o modelo a partir da técnica de aprendizado por reforço.

Quase um ano e meio depois de a primeira versão vir a público, já são perto de 200 milhões de usuários contribuindo para disseminar as possibilidades de uso e alimentar expectativas. A principal barreira foi vencida: a limitação técnica. Poder computacional já não é mais um impeditivo para dar vazão ao uso da tecnologia. A tendência é que o acesso, já disseminado, se torne cada vez mais facilitado.

No meio empresarial, o caminho que começa a se desenhar é o de ensinar o professor, tornar a inteligência artificial mais inteligente, alimentar o chatbot com dados mais assertivos para objetivos concretos. Esse é o principal tema desta edição da EXAME CEO. Para isso, é preciso alinhar expectativa e realidade. A inteligência artificial é um tremendo conjunto de algoritmos matemáticos que nos ajudam a selecionar informações e a pegar atalhos. Mas a direção quem dá somos nós, gestores. Boa leitura!

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